ANÁLISE CLÍNICO-MORFOLÓGICO DE NEFROPATIAS EM AUTÓPSIAS

Sergio Henrique Alves Castro, Lívia Helena de Morais Pereira, Laura Penna Rocha, Fernanda Rodrigues Helmo, Juliana Reis Machado, Marlene Antônia dos Reis, Rosana Rosa Miranda Corrêa

Resumo


Introdução: Estudos indicam que a frequência das alterações renais na literatura é diferente da encontrada em autopsias. Objetivo: Determinar a frequência de nefropatias em pacientes autopsiados. Métodos: Estudo descritivo e retrospectivo com análise de 673 autopsias de pacientes com alterações renais, no período de 1977 a 2007. Foram avaliadas as seguintes variáveis: idade, índice de massa corporal (IMC), peso renal, causa de morte, grau de aterosclerose, relação do peso renal/corporal e comprometimento renal. Resultados: Foram observadas alterações renais em 97% dos casos, sendo mais frequente a nefroesclerose (NE) benigna. As maiores idades foram observadas nos casos com NE benigna e neoplasia renal, e as menores nos casos com necrose tubular aguda (NTA), hidronefrose, e NE Maligna. O IMC foi maior nos casos com NTA e menor nos casos com malformação renal. Houve correlação positiva entre o IMC e a relação peso renal/corporal (Sr: 0,225; p<0,001). Esta relação foi significativamente menor nos casos com glomerulonefrite. A causa de morte cardiovascular foi mais frequentemente associada à NE benigna, NE maligna e enfarte. A idade e o grau acentuado de aterosclerose interferiram negativamente no peso renal. Discussão: Nossos dados demonstram que a maioria dos indivíduos apresentava alguma nefropatia, que embora não tenha levado a sintomatologia, podem indicar as principais representações morfológicas em resposta a insultos ocorridos durante a vida. Conclusões: Este estudo contribui para um melhor entendimento das nefropatias e demonstra que mesmo quando a alteração renal não apresenta sintomatologia ela pode se associar com características epidemiológicas.


Palavras-chave


nefropatia, autopsia, causa de morte

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