ESTUDO DOS NÍVEIS DE ANSIEDADE, DEPRESSÃO E ATIVIDADE FÍSICA DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

Gabriela Souza Faria, Samantha Beatrice Barbosa Silva, Larissa Beatriz Costa Silva, Priscyla Cássia Felipe Luna, Roseli Marciana Souza, Eva Borges de Sousa Gonçalves, Dayana Pousa Siqueira Abrahão, George Kemil Abdalla, Douglas Reis Abdalla, Eduardo Elias Vieira Carvalho

Resumo


Introdução: A inatividade física, juntamente com o estilo de vida e os níveis de ansiedade e depressão, são fatores de risco para o surgimento ou agravamento de diversas doenças. Dada a importância do assunto, uma gama de estudos tem surgido para avaliar o nível de sedentarismo, ansiedade e depressão em diferentes populações, no entanto, acredita-se que que ainda são escasso e pouco conclusivos os estudos que abordam esses aspectos em estudantes do ensino superior. Objetivo: Avaliar os níveis de ansiedade, depressão, atividade física diária, laboral e de aptidão física de um grupo de estudantes universitários. Métodos: Foram avaliados 62 alunos do ensino superior de uma instituição privada, sendo 39 homens (21±6,6 anos) e 23 mulheres (21±8,5 anos). Os voluntários responderam dois questionários, um sobre o nível de atividade física semanal (IPAQ) e outro sobre o nível de ansiedade e depressão (Escala HAD). Por fim, todos realizaram testes de esforço físico envolvendo: apoio de braço, abdominal, agachamento e preensão palmar. Resultados: Foi documentado que 70% dos homens e 69,6% das mulheres realizam atividades laborais, além de cursarem o ensino superior. A maioria dos voluntários não apresentavam risco de desenvolverem ansiedade e depressão, sendo improvável em 65% dos homens e 82,6% das mulheres para ansiedade e 90% dos homens e 87% das mulheres para depressão. Foi observado que os homens apresentam maior nível de aptidão física que as mulheres, no entanto, ambos passam a maior parte do dia em atividades na posição sentada. Conclusão: A maioria dos universitários estudados desenvolve atividades laborais concomitantes. No entanto, este fato não gerou altos níveis de ansiedade e depressão nos universitários. Evidenciamos que os homens apresentaram maior nível de aptidão física do que as mulheres, entretanto, este fato não se associou com um maior nível de atividade física realizada por eles durante uma semana. Por fim, concluímos ainda que os universitários estudados passam a maior parte do dia sentados, isso sugere um alto nível de sedentarismo nesta população.

Palavras-chave


Atividade física; ansiedade; depressão; sedentarismo; universitários

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