ABDOME AGUDO E DENGUE, UMA APRESENTAÇÃO ATÍPICA: RELATO DE CASO

Maria Nathália Viela Assis, Caroline Lourdes Esteves Mesquita, Bruno Bento Alves Esber Kanaan, Geórgia Mansur, Maria Clara Faustino Linhares, Vitor Antônio Santos Anjo, Patrícia Naves de Resende

Resumo


A dengue é uma doença infecciosa aguda, causada por um vírus RNA (ribonucleic acid) e transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. A infecção pelo vírus da dengue pode ou não apresentar sintomas. Pode provocar desde manifestações oligossintomáticas a quadros graves, podendo culminar em óbito. Os quadros clássicos manifestam-se com febre, associada à cefaleia, prostração, mialgia, artralgia, dor retro orbitária, exantema maculopapular, anorexia, náuseas, vômitos e diarreia. As principais manifestações atípicas encontradas na dengue são: colecistite alitiásica, pancreatite, hepatite, púrpura trombocitopênica, síndrome da angústia respiratória aguda e miocardite. Reportamos o caso de uma paciente do sexo feminino, 24 anos, admitida no Mário Palmério Hospital Universitário, em Uberaba-MG, com dor abdominal associada a náuseas, vômitos, mialgia, dor articular, cefaleia holocraniana e prurido generalizado. A paciente foi encaminhada da Unidade de Pronto Atendimento Parque do Mirante com hipótese diagnóstica de Dengue grupo C. Foram solicitados exames laboratoriais que evidenciaram severa trombocitopenia, da qual motivou a solicitação da sorologia para infecção aguda pelo vírus da Dengue que apresentou resultado reagente. Durante a internação, houve persistência da dor abdominal, principalmente em região epigástrica, associada a náuseas e sinal de Murphy presente ao exame físico. Foi realizado ultrassonografia de abdome e realizado diagnóstico de colecistite alitiásica, sendo optado por tratamento conservador, com analgesia escalonada, hidratação vigorosa com foco no suporte clínico, após orientações da equipe de cirurgia geral. No quinto dia de internação, paciente evoluiu com dor em faixa em quadrante superior do abdome e vômitos incoercíveis, sendo solicitadas enzimas pancreáticas, cujo resultado apresentou valores três vezes maiores que a referência, sendo aventada a hipótese diagnóstica de pancreatite aguda. A tomografia computadorizada de abdome foi realizada, sendo classificada como Balthazar A. A equipe médica optou por manter tratamento conservador, com analgesia escalonada, dieta zero e hidratação. Houve melhora clínica e laboratorial e alta hospitalar após 16 dias.

PALAVRAS CHAVE: Dengue; Colecistite; Abdômen Agudo


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Artigo 01

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