AFECÇÕES PSIQUIÁTRICAS E O COMPORTAMENTO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO: UMA REVISÃO NARRATIVA DA LITERATURA
Resumo
Na atualidade, transtornos psiquiátricos como ansiedade e depressão possuem grande relevância devido sua elevada e ascendente prevalência. Nesse contexto, torna-se crucial entender a fisiopatologia de tais afecções a fim de encontrarmos os melhores tratamentos. Estudos de relevância conseguiram demonstrar o papel do sistema imune na gênese de algumas destas doenças, bem como seus agravantes. Em exemplo disso, pacientes diagnosticados com ansiedade apresentam estado de maior estresse oxidativo, com aumento de citocinas inflamatórias, como IL-6, quando comparados à população não atingida. Da mesma forma, observa-se citocinas como IL-1ß aumentadas nas alterações melancólicas, sendo essas as principais afecções psiquiátricas mundiais. Dentre outras, o aumento de IL-12, IL-10 e TNFα é observado em pacientes com diagnóstico de depressão maior. Assim como, tal distúrbio em seu espectro bipolar, encontra-se mais relacionado ao aumento de IL-6, IL-18 e IL-33, dentre outras alterações. É notório que estas doenças comprometem significativamente a qualidade de vida do indivíduo, visto que aumentam os anos de vida perdidos quando ajustado por incapacidade, uma vez que alterações psiquiátricas encontram-se em terceiro lugar dentre as etiologias com maior impacto na morbidade da população brasileira. Sendo assim, este artigo tem por objetivo pontuar o que há de mais relevante na relação entre o sistema imunológico e doenças psiquiátricas, além de frisar a necessidade de novos estudos acerca do tema para que o manejo desses pacientes seja cada vez mais satisfatório, uma vez que compreender o processo saúde-doença e seu impacto no organismo, favorece o enfrentamento e melhorias nas condições de vida da população.
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ARTIGO 02Referências
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